Consumidor consciente transforma indústria de alimentos

Os consumidores de hoje estão muito mais conscientes e exigentes, atentos não apenas a preço e qualidade, mas também a uma alimentação de fato saudável. Essa preocupação acaba ditando as tendências da indústria de alimentos. Novas embalagens, produtos com novos ingredientes, rastreabilidade dos alimentos são algumas das inovações que hoje são encontradas em supermercados, bares e restaurantes.

Especialistas da Engine, uma consultoria de gestão empresarial, apontam algumas dessas tendências, que se espalham pelo mundo todo. A primeira delas é a busca por uma alimentação mais saudável. Pesquisa realizada pela Mintel no Brasil revela que 51% das pessoas já estão dando prioridade a uma alimentação balanceada. E mais: um estudo encomendado pela rede de supermercados Sinsbury’s, do Reino Unido, indica que, em âmbito mundial, cerca de 70% dos consumidores já adotam uma dieta que contribui para a prevenção de doenças como obesidade, diabetes e o alto nível de colesterol. Atendendo a essa preocupação, hoje são encontrados alimentos com índices mais baixos de gorduras trans, corantes, sódio e aditivos químicos.

Outra tendência está relacionada à conscientização por parte do consumidor de que aquilo que ele ingere interfere de forma positiva ou negativa na sua saúde e pode promover ou não a beleza externa. Assim, ganham força os alimentos antioxidantes, como chás verdes, pasta de amendoim, suplementos, colágeno e outros que fazem bem à pele e ao cabelo. O combate ao desperdício também está no radar do consumidor consciente. Atentas as empresas do setor de alimentação vêm adotando porções menores em seus produtos, visando garantir o consumo sem desperdício.

Alimentação natural

Segundo pesquisa realizada pela Euromonitor, o Brasil movimenta cerca de US$ 35 bilhões ao ano em consumo de alimentos saudáveis e ocupa a quarta colocação deste segmento no ranking global. Ainda de acordo com o levantamento, o crescimento do setor no País foi 33% entre 2015 e 2020. A expectativa é que até 2025 o setor cresça mais 27%. A consultoria aponta ainda que o Brasil é um dos mercados mais promissores para a venda de produtos naturais. Já a Mintel indica que 66% dos brasileiros compram e consomem frutas e verduras diariamente. Não é por outra razão que estão em alta alimentos sem glúten, produtos orgânicos, funcionais e fortificados e energéticos. Crescem também os clubes de assinatura que oferecem produtos naturais.

Outra tendência é o crescimento no número de vegetarianos e veganos. De acordo com pesquisa divulgada pela Sociedade Vegetariana Brasileira, 18% da população brasileira se autodenomina vegetariana. Esta é uma das razões para o crescimento dos alimentos plant-based, que utilizam alta tecnologia e processamento industrial para aproximar os vegetais do sabor e da textura do alimento de origem animal.

Os males que o excesso de açúcar provocam no corpo humano são uma realidade, sem contar que esse é um alimento proibido aos diabéticos. Alternativas naturais, como a stévia, já são encontradas no mercado. Além disso, cresce a tendência de se produzir sobremesas sem adição alguma de açúcar.

Outro aspecto a que os consumidores conscientes estão atentos diz respeito à embalagem dos alimentos. Além de serem sustentáveis e garantirem segurança alimentar, as novas embalagens devem adequar-se às normas estabelecidas pela Anvisa e que entram em vigor em 9 de outubro de 2022. Uma das novidades é a chamada rotulagem nutricional frontal, que obriga as empresas a informarem, de forma precisa, simples e na frente da embalagem, sobre o alto teor de ingredientes que, se consumidos em excesso, podem provocar doenças. São eles: açúcar adicionado, gordura saturada e sódio, conteúdo de nutrientes que têm relevância para a saúde.

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