Atacadista e distribuidor sente menos a crise

Setor atacadista e distribuidor sente menos os efeitos da crise provocada pelo coronavírus

Ao contrário de diversos segmentos da economia que praticamente paralisaram suas atividades e demitiram empregados, o setor atacadista e distribuidor sente menos os efeitos da crise provocada pelo coronavírus. Como o segmento foi considerado categoria essencial, mantém suas portas abertas garantindo, assim, o abastecimento de milhares de lares brasileiros. Além disso, não foi registrado movimento de demissão de empregados.

No início da crise, em março, a Oniz Distribuidora, sediada em Passo Fundo (RS) sentiu um aumento considerável nas vendas, decorrência da procura pelo abastecimento da despensa por parte dos consumidores, especialmente com alimentos e produtos de higiene e limpeza. “Já em abril, fechamos com uma queda de 10% no faturamento. O bom movimento de março ajudou a segurar abril. Creio que maio será semelhante a abril”, afirma José Luís Turmina, diretor da empresa. Turmina dá o exemplo de um cliente que comprava em torno de R$ 50 mil por mês. Em março, esse cliente comprou R$ 100 mil, já em abril, comprou R$ 30 mil. “A partir de agora, ele deve voltar aos R$ 50 mil regulares”.

Leia mais matérias sobre Economia e Mercado.

Luiz Gastaldi Junior, presidente da Mercantil Nova Era, de Manaus (AM), conta que o atacadista e distribuidor sente menos a crise e que em março houve um boom de compras por parte dos consumidores, o que garantiu um bom faturamento naquele mês. “Passado esse momento, as vendas se estabilizaram. Hoje, notamos que o cliente vai menos vezes às compras, mas adquire mais produtos por vez, o que aumenta o tíquete médio”, afirma.

Aumento de compras online

De acordo com Leonardo Miguel Severini, diretor do Atacado Vila Nova, com sede em Poços de Caldas (MG), o início da pandemia provocou uma migração significativa dos consumidores para compras de produtos básicos, como alimentos, e itens de higiene e limpeza, além de enlatados. Outro aumento verificado no Vila Nova foram as compras online, cuja demanda cresceu cinco vezes. O executivo se preocupa, no entanto, com o cenário pós covid-19. “A instalação de um quadro recessivo deve impactar todos os setores da economia. Por ora, dadas as circunstâncias, o setor vai bem, obrigado”.

Os movimentos e tendências do consumo são tema do Anuário ABAD 2020. Editada pela Associação Brasileira dos Atacadistas e Distribuidores, a publicação deverá ser lançada em agosto próximo.

    Leave Your Comment

    Your email address will not be published.*