ABAD lança o marketplace do setor atacadista distribuidor

Abastecebem é o nome do marketplace criado pela ABAD. O novo espaço comercial, de domínio da entidade, nasce em sintonia com o processo de digitalização e com o objetivo de abrigar empresas de pequeno, médio e grande porte. O lançamento do canal digital foi feito em Coletiva de Imprensa, na abertura da ABAD 2021 ATIBAIA – 40ª Convenção Anual do Canal Indireto, no dia 9 de agosto. Uma das metas do presidente da entidade, Leonardo Miguel Severini, o marketplace tem por objetivo promover os negócios de forma inteligente, criando um espaço comercial eficiente e justo, no qual as empresas formem uma verdadeira rede colaborativa de negócios, usando tecnologia de ponta como inteligência artificial, cloud computing e machine learning. O parceiro tecnológico nesse projeto é a Infracommerce, empresa especializada em oferecer soluções que simplifiquem as operações digitais de empresas B2C ou B2B. A expectativa é que o “go live” (primeira transação na plataforma) ocorra até o final desde ano.
O projeto de criação do marketplace ABAD começou a ser estruturado em julho do ano passado, a partir da instauração do Comitê ABAD Marketplace. O consultor Eduardo Terra que, ao lado de German Queiroga, coordena o comitê, explica que a pandemia acelerou o processo de digitalização das empresas. Uma evolução que se esperava para cinco anos ocorreu em cinco meses. Essa nova realidade impõe a adoção de soluções digitais. E enquanto proliferam opções B2C, ainda são poucas as operações B2B no segmento atacadista distribuidor. “Esse é um nicho de mercado que precisa ser desenvolvido”, afirma Terra.
Kai Schoppen, fundador e CEO da Infracommerce, lembra que o e-commerce foi fundamental nos momentos de isolamento imposto para o combate à pandemia, quando a força de venda de muitas empresas não pôde sair a campo. “Com a venda online, o cliente do atacadista ou distribuidor tem a oportunidade de abastecer seu negócio sem a necessidade de se locomover. Além disso, ele pode fazer a compra a qualquer hora porque o e-commerce não fecha.” Para o atacadista, continua Schoppen, o comércio eletrônico oferece a facilidade de serem colocados novos produtos sempre que se sentir um aumento da demanda, com flexibilidade de ajustar o sortimento.
Uma pesquisa realizada pela ABAD em 2020 com empresários do setor revelou que 31,97% deles já utilizam o e-commerce em seus negócios e 19,67% estão em processo de construção. Um grande percentual, no entanto, 48,36%, ainda não tem o recurso. Para quem ainda não navega no universo digital, Kai Schoppen adianta que haverá suporte técnico e treinamento de consultores. “Vamos disponibilizar vários canais de orientação para que todos possam compartilhar desse novo projeto.” Schoppen reforça que a iniciativa da ABAD é bem-vinda na medida em que permitirá a democratização do acesso às novas ferramentas de venda.
A pesquisa da ABAD mostrou, ainda, que entre os 31,97% que já atuam com o e-commerce, apenas 33% estão em um sistema colaborativo de vendas, o marketplace. O levantamento apurou, também, que o e-commerce tem uma participação pequena no faturamento das empresas, o que indica um grande potencial de vendas.
Sobre a adesão ao marketplace da ABAD, 89% disseram que participariam da plataforma. De fato, o interesse é claro: no dia em que o Abastecebem foi lançado, 50 empresários do setor já estavam inscritos para aderir à plataforma.

Círculo virtuoso

O presidente da ABAD, Leonardo Miguel Severini, ressalta que o objetivo da entidade é criar um ambiente B2B democrático, amigável e com regras claras para construir uma relação ganha-ganha e também auxiliar e empoderar o pequeno e médio varejo, cliente do setor. “Quanto mais atacadistas participarem, melhor será o desenvolvimento da ferramenta e mais vendas vão acontecer. Isso dará mais retorno ao parceiro tecnológico, fazendo com que ele invista ainda mais no espaço. É um círculo virtuoso. Quanto mais gente, melhor.”
Severini também adianta que a taxa de adesão será aproximadamente quatro vezes mais baixa que as praticadas atualmente no mercado, algo em torno de 2% a 3%, para manter o custo operacional do sistema. Ele lembra que o e-commerce já está presente em muitas indústrias de bens de consumo, mas ainda não é muito explorado pelo atacado distribuidor. “Mas é um avanço necessário, um caminho sem volta ao qual todos teremos que nos adaptar o quanto antes.” Algumas empresas do setor já implementaram seus marketplaces mesmo antes da pandemia, com sucesso. “O desafio é abrir esse canal para os médios e pequenos, que muitas vezes não têm uma cultura digital nem a estrutura tecnológica para criar seus e-commerces sozinhos.”
Para Kai Schoppen, a parceria com a ABAD representa um importante passo para o mercado. “A Infracommerce acredita que digitalizar o mercado B2B, trazendo um ecossistema com tecnologia de ponta, levará benefícios para todos os elos da cadeia. Para o atacadista e distribuidor traz a oportunidade de ampliar seus canais de venda e potencializar os resultados, e para o pequeno e médio varejista dará a oportunidade de se reabastecer em uma experiência 100% digital e personalizada.” A indústria também pode se beneficiar nesse processo, usando o espaço para divulgar ainda mais os seus produtos.

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