Artigo: Não se faz gestão no varejo da noite para o dia

Por Luiz Muniz*

Se falar sobre melhoria dos resultados é o assunto mais importante para o varejo, por outro lado ele tem se tornado um tabu, dada a quantidade de “receitas” disponíveis e a descrença do empresário quanto a elas. Quando questionados, os varejistas, em sua maioria, se queixam dos resultados não serem tão bons, mesmo já fazendo tudo o que deve ser feito, dada a experiência acumulada ao longo da carreira.

Seria como se não houvesse mais espaço para aprender a fazer as coisas de maneira melhor. Isso sem contar que esses mesmos empresários creem cegamente que as causas dos resultados abaixo de suas expectativas estão no distribuidor, na condição econômica do País, na concorrência, enfim, o mercado é o grande vilão do varejo.

O objetivo aqui não é apontar outra solução imediatista, cheia de dicas mágicas. Mas é um convite a repensar a forma como as coisas acontecem dentro do próprio varejo, definindo os resultados que realmente importam e direcionando os esforços para isso por meio de uma gestão eficiente.

Por mais que existam ferramentas tecnológicas que ajudem nessa tarefa, e devemos explorar como tirar o máximo delas, a capacidade de gerir a loja deve ser também constantemente evoluída de forma metódica. Isso é, até para gerir a loja existe um padrão. Sem ele tudo fica mais difícil e qualquer coisa que seja feita, corre um risco grande de não gerar bons resultados.

Aí existe a primeira diferença, que precisamos esclarecer: esse padrão de como gerenciar, chamado PDCA (Planejar, Executar, Controlar e Reavaliar), não é algo que se faz da noite para o dia, porque além da técnica envolvida, requer atitude diferente perante o negócio. Ele orienta a como pensar o negócio desde sua estratégia até como são realizadas as atividades mais básicas, como por exemplo, qual a melhor forma de se fazer o fechamento do caixa e como deve ser feito, quais as ferramentas, qual o treinamento e como garantir que tudo está sendo realizado conforme planejado.

O método incomoda no início, porque não estamos condicionados a pensar. Somos seres humanos e imediatistas. Temos a tendência de buscar alguém que pense por nós e traga a solução pronta nos tornando cegos a ponto de não pensarmos mais em melhorias. O método não é algo que se usa e acaba. Ele nos convida a pensar de forma ordenada, questionar sistematicamente, encontrar as melhores alternativas e a executar o que for necessário para alcançar o sucesso para o negócio.

Isso requer tempo e dedicação porque estamos falando do seu próprio negócio. Ninguém quer que um filho seja criado por outro, por isso, quem melhor que o dono da loja para se dedicar a fazer o próprio empreendimento prosperar? Por mais que seu varejo esteja indo bem, sempre há oportunidade de melhorar e crescer ainda mais.

* Diretor da Telos Resultados

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