Uma história que começa no lombo de mulas
Se, na história da Humanidade, o surgimento do que hoje chamamos de comércio atacadista se deu pelos fenícios, que cruzavam os mares para comercializar os seus produtos, no Brasil, a história começa pelas patas. Sim, pelas patas de mulas que, ainda no Brasil Colônia, abasteciam as capitanias hereditárias. Foi lá, nas Minas Gerais, que tropeiros vindos do Sul do País comercializavam os produtos das grandes fazendas do Rio Grande do Sul. Havia, ainda, as mulas que traziam as importações da Europa, que faziam o deleite dos exigentes consumidores mineiros, num mercado aquecido pelas ricas jazidas de ouro e diamante. Passada a febre do ouro e do diamante, a região passou a se dedicar à agricultura e pecuária. As tropas de mulas foram fundamentais para incrementar o comércio dentro da Colônia, unindo áreas distantes e distintas.
São Paulo também tem a sua parcela de importância no desenvolvimento do setor atacadista. Imigrantes que aqui chegaram em fins do século 19, especialmente portugueses, italianos, árabes, libaneses e judeus, trouxeram não apenas a vontade de trabalhar, mas uma inequívoca vocação comercial. Estados em processo de desenvolvimento menos avançado que o de São Paulo eram abastecidos pela produção paulista. As redes de distribuição foram se desenvolvendo de maneira empírica, atendendo às necessidades da época.
Em meados dos anos de 1950, o País engatinhava no processo de levar mercadorias não só aos centros urbanos, mas, também, às regiões distantes, onde estradas nada mais eram do que picadas abertas no meio do mato. E foi pelo trabalho e senso de empreendedorismo de atacadistas e distribuidores que hoje os 5.570 municípios brasileiros são abastecidos de bens de consumo de alto giro e outros produtos.